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No bananal Portugal

domingo, janeiro 22, 2006

As palavras e as linguas mudam
Não os sentimentos
Os rostos e os corpos mudam
Não os sentimentos
As torres e os patios mudam
Não os sentimentos
As praias e as montanhas mudam
Não os sentimentos
posted by oubi  # 1/22/2006 11:07:00 da tarde
tenho pressa de chegar ao ponto de partida


Saida furtiva de casa para ir com um amigo ao cinema em dia em eleições, o céu franzia-se de nuvens escuras, a estrada estava cheia de carros, algumas manobras apertadas para fugir ao transito, o meu amigo ao lado a falar sobre a morte de uma amiga, uma promessa de amor que não se cumpriu, logo depois angustiado pelas memórias ou talvez enjoado pelas curvas, abre a janela abre a janela, meto uma segunda, baixo a velocidade, outro tema, que motherboard que devo comprar, pergunto-lhe, terá de ser uma que tenha tenha slot pci-x por causa da placa gráfica que comprei por engano mas não enganado, mas não tenhas remorsos, não tenhas, que se pode fazer, a morte da amiga a surgir novamente como assunto, e o diabo de terceira deste carro emprestado que não puxa, e onde comprar o computador, mas talvez não seja preciso, talvez com umas transfusões de material se consiga um aproveitável, e agora não ha nada que se possa fazer, melhor esquecê-la, melhor esquecê-la, es realmente porreiro a dar conselho que não aplicas na tua própria vida pensei no som da palavras que saiam, estacionado o carro, subida imediata à bilheira, assim que surgiu o cartaz diante dos olhos com a Scarlett Johansson, decisão unânime, iria ser woody allen, longa fila para entrar na sala, ninguém se lembrou que o filme tinha estreado esta semana, talvez, ou as pessoas quisessem fugir apenas das eleições e das suas sondagens à boca das urnas, talvez, a personagem principal abre o crime e castigo logo numa das cenas inicias revelando a intriga, afinal não seria uma comédia sobre o mundo do ténis, graças a deus, antes assim, o assunto seria o de sempre dos filmes de allen, o absurdo da morte, a tragédia da vida, a moral humana como algo abstrato ao fluxo dos acontecimentos da vida e antes que continuasse a pensar mais disparates o filme acaba com uma vista sobre o tamisa, saida rapida da sala, quase em ombros, levado pela enxurrada de espectadores que se precipitavam para fora, ao som de una furtiva lagrima, regresso a casa, nova conversa sobre a amiga, algures no enredo do filme havia uma paralelismo com a vida dela, melhor esquê-la, melhor esquê-la, e nisto esqueço-me que ele enjoa e estou novamente de prego a fundo, a noite cai, acendo os médios, talvez na vida os nossos médios sejam a fé, a crença que existe algo que legitime os nosso passos, que nos absolva dos nosso pecados e silencios, que nos perdoe das distancias a que deixamos os outros, mesmo que estes se encontrem ao nosso lado, mesmo que nos falem de dor das lágrimas que ao contrario de tudo o que se foi e que surgem agora fáceis, e não sentirmos nisto mais do que a empatia que sentiamos pelas personagens do filme de a pouco, talvez que quando a noite cai na estrada da vida metafora de borracha queimada, os médios acesos da fé sejam ùnica coisa que nos impeça de rebentamo-nos contra o primeiro obstaculo que se nos depara, não penso, complico, melhor não pensar, escutar apenas, o motor do carro, a voz do amigo sentado distante ao lado, acelero, tenho pressa de chegar ao ponto de partida.
posted by oubi  # 1/22/2006 09:50:00 da tarde

domingo, janeiro 15, 2006

Com a idade medida no traseiro
[ ao som de bach – Air for the G String , the Swingle Singers ]

Estou possuido de um estranho sincronismo, pois todos os fds sempre que assomo à janela ou sai-o de casa pareco condenado a encontrá-los. A repetição deste fenómeno tem pelo menos o condão positivo de ir tornando-me indiferente a tais encontros.
Hoje estava de tal forma absorto a cortar à contraluz da janela as capas para as copias dos meus filmes que apenas me dei conta deles quando estes estavam ja fora da pastelaria e caminhavam para casa do pais, pelo que é possivel que me tenham visto aberrantemente de pijama imerso no meu solitário passatempo. Vi-os quando ja quase dobravam a esquina, ele empunhando um chapéu de chuva como um cequinho que tactei o caminho, o que me encheu de um certo regozijo, pois afinal era também ele um homem do chapeu-de-chuva ( ela rejeitou-me num dia de inverno em que eu levava tal adereço pelo que sempre o identifiquei com o meu estado) . E a ela pude pela primeira vez em muitos anos admira-la de costas, e como levava vestido uma calças de ganga, surpreendi-me com um traseiro bojundo de mulher como não o imaginava, pois retinha ainda na memória as suas formas de adolescente. Não se pense com isto que a ache menos atraente por isso, pois como todos os homens e todos os símios igualmente (embora me conte entre os primeiros obviamente), um traseiro saliente lança-nos em lubricas fantasias. Em suma, congratulei-me por vê-lo rendido ao comodismo burguês do chapéu-de-chuva e o cu dela de mulher adulta despertou-me para o facto do seu envelhecimento, de não ser já a deusa virginal inacessivel dos primórdios da minha paixão. Agora era apenas uma mulher bonita que se deseja. Será pouco?
posted by oubi  # 1/15/2006 07:00:00 da tarde

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Na Bolsa com o dedo do pé


Pela primeira vez na vida comprei acções na Bolsa. Quis convencer-me que tinha sido uma decisão racional, que tinha comprado acções de um grupo hoteleiro Espanhol porque o turismo é um mercado de futuro, porque a economia espanhol cresce mais que a nossa, porque a sua rede de hoteis é essencialmente citadino, onde a localização é mais imporante, porque a classe media chinesa quando começar a viajar será preferencialmente para as cidades historicas da europa, porque tem forte exposição nos mercados emergentes onde os crescimentos são de 2 digitos, etc.
A razão principal parece-me ter sido sobretudo emocional, por ter dormido um fds num dos seus hoteis na Holanda e ter gostado. Nada mais. Um motivo tão valido como outro qualquer para comprar acções.
Em todo o caso comprei acções um pouco da mesma forma como entro no mar quando vou à praia, primeiro o dedo grande do pé, depois o pé, mais tarde a perna, e apenas se não gelar continuo. Comprei em numero muito reduzido e de forma a não ultrapassar o limite minimo da comissão de guarda de titulos.
posted by oubi  # 1/06/2006 10:47:00 da tarde
Acontecer!

Nada de essencial aconteceu. Nada além do essencial acontecer.
posted by oubi  # 1/06/2006 10:46:00 da tarde

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