A mulher da ilha ao lado
É tramado a vida nos escritorios modernos, nesses open space tão em voga. as vezes calha-nos por capricho organizacional ficarmos situados junto de uma ilha de um departamento com o qual não temos nenhuma relação ou inter-acção, e para mal dos nossos pecados, nessa ilha esta sentada uma dos mais irresistiveis especimens do sexo feminino. ali, a escassos centrimetros, e tão perto e tão longe. é um quebra-cabeças. como transpor a distância entre as ilhas? é nestas alturas que apetece ser brasileiro. nós complicamos demasiado. vivemos demasiado presos a teias de protocolos formais...
Grand Canyon
Devemos estar atentos aos milagres.
Não há nada de mais furtivo do que esbarramos de frente com um.
os golpes
Pensei numa conversa imaginaria algo que poderia dizer uma mulher. algo piegas que suponho que as pudesse interessar. e que realmente nunca acabarei de dizer.
Como cheguei até aqui?
sabes, na vida, um pouco como no pugilismo, tentamos aprender a evitar os golpes antes de os receber. e se aprendermos bem, talvez consigos evitar todos aqueles que não sejam inevitáveis.
é assim que sinto que estou, capaz de evitar todos os pequenos golpes, mas impotente, como toda a gente, para os que nos derrubam.
Já é qualquer coisa, muita gente nem os pequenos sabe evitar.
O risco é que, se evitarmos demasiados golpes, acabamos por não sentir realmente a vida. pois o que é a vida senão uma sucessão de golpes e nossa reacção a eles?
O repousar do pó
Senti que podia estar ali. procurei-a com o olhar e de facto ali estava. tal como o presentira. Estavam lá todos, ela, o seu homem e o diabo a quatro.
Deve estar a fazer dez longos e impossiveis anos, e já nada disto deveria querer dizer qualquer coisa. mas uma mulher bonita é sempre uma mulher bonita. mais ainda quando é uma mulher bonita de quem gostamos.
Para o diabo com isto!
Somos apenas passageiros de comboios diferentes que se cruzaram numa estação.
Não queiras agora levantar o pó.
A Honest kiss
Devo estar a ficar velho. Ontem estive numa casa de strip. Havia loiras de cortar a respiração com pernas que rivalizavam em altura com o Elevador de Sta Justa. Mas contrariamente ao que era habito não me meti em nenhum Private com nenhuma delas.
Sai para a noite de Lisboa sozinho, e caminhando nas ruas desertas, uma frase tamborilava-me no pensamento. a unica frase que gostaria de lhes ter dito.
I get to the age that nothing satisfy me more than a honest kiss.
A Corrida dos Ratos
Desde o ultimo post tenho pensado seriamente na Corrida de Ratos, como assim lhe chama kiyosaki (Pai Rico Pai Pobre), essa armadilha em que somos apanhados. o viver para ganhar dinheiro para poder pagar as dividas que contraimos. Ou seja, vivemos literalmente para o patrão, o estado e o banco ganharem dinheiro.
As raceitas que proconiza:
Aumentar os activos em lugar dos Passivos.
Desmonta a falácia de que uma casa é um activo. Um activo é tudo aquilo que nos põe dinheiro no bolso. Um Passivo tudo o que nos tira.
Desenvolver a inteligência financeira.
Na verdade tem aqui um ponto. É absurdo que numa Sociedade em que precisamos de dinheiro para sobreviver sejamos tão ignorantes a seu respeito. Sentindo mesmo mesmo algum embaraço em lidar com ele.
Colocar o dinheiro a trabalhar para nós em lugar de trabalharmos para o dinheiro.
Perder o receio do investimento. as pessoas vivem possessas pelo medo de perder os seus tostões em lugar de imaginar a agir para criar milhões.
Nem tudo será tão fácil como nos apresenta. Mas não será preferivel arriscar para sair desta semi-escravatura do que viver a vida inteira nela amarrado?
No fundo vivemos numa sociedade esclavagista perfeita, aquela em que os escravos não têm noção da sua condição.
Recordo-me de ler o livro " A Selva" de Ferreira de Castro com quinze anos, e sentir-me revoltado e simultanemane perplexo pelo facto dos serigueiros viveram naquela escravatura. Desde o primeiro momento em dívida com o patrão, e obrigados a pagar a preços exorbitantes os bens de consumo de subsistencia, de forma que a sua divida nunca cessava de aumentar, por mais que trabalhassem. Pareceu-me um sistema de extorsão tão claro que não era capaz de compreender que caissem nele. Mas será tão diferente do nosso sistema, se ignoramos os confortos de vida moderna?