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No bananal Portugal

domingo, novembro 23, 2003

Cavalo Lusitano

«A Ilíada de Homero (Canto XVI) faz menção aos Cavalos Ibéricos, velozes como o vento e filhos da Harpia Podargo, fecundado pelo vento Zephir quando pastava pelos prados das margens do Rio Oceano ( o Atlântico). »
Se as pessoas não se aproveitam, pelo menos podemos orgulhar-nos de termos excelente cavalos.
posted by oubi  # 11/23/2003 03:00:00 da tarde

sábado, novembro 22, 2003

O Sorriso de Nelly

Vendo uma entrevista com a Nelly Furtado ocorreu-me:

Uma mulher bonita não é a perfeição. Mas é certamente o mais próximo que consigo imaginar.
Pensado nisso. Não é estupendo que as pessoas fiquem velhas? Seria insuportável se a beleza fosse imutável. Insuportável se o amor fosse constante. Como um pinto num ovo que nunca nascesse. A beleza serve outro objectivo mais alto - o encontro com o infinito.
posted by oubi  # 11/22/2003 09:15:00 da tarde
Coca-cola em movimento

A Coca-Cola deixou de atribuir a uma delegação de um multinacional em Portugal a produção de sua publicidade para o mercado português, cencentrando toda esta actividade em Madrid.
Rezava a noticia numa pequena caixa numa das paginas do fim do Expresso. As paginas centrais vinham compostas de quase propaganda governamental sobre uma anunciada reforma da Funcão Publica, que apesar de muito prometida, ainda não saiu do seu sitio: a gaveta.

Talvez o slogan deste governo de Portugal em Movimento se refira ao movimento para Madrid.


posted by oubi  # 11/22/2003 04:48:00 da tarde
Formigas na Internet

Os ciêntistas criaram um sistema de gestão de tráfego para a internet inspirado nas formigas, que vão deixando rastos quimicos para as seguidoras com a indicação se determinado caminho se encontra mais ou menos congestionados. A ideia parece-me brilhante, e como sempre a natureza precede-nos. Um dia ainda vamos encontrar uma forma de governo ideal nos insectos do quintal. Ou quem sabe a solução para o conflito israelo-palestiniano nas asas de uma borboleta.
posted by oubi  # 11/22/2003 04:39:00 da tarde

quinta-feira, novembro 20, 2003

A Roda
Não raras vezes tenho ouvido - não vamos inventar a roda.
Como se fosse torpe ou sinal de estupidez querer inventar a roda.
Meu Deus!, para que queremos nós a inteligência senão para tentar inventar a roda?
posted by oubi  # 11/20/2003 11:12:00 da tarde
Bombas em Istanbul

Ligo a BBC News: Duas bombas explodiram hoje no centro de Istanbul, uma junto ao consulado britânico e outra junto a uma instituição financeira britânica. Morreram dezenas de pessoas.

Exclamamos, que loucura a dos homens! Perguntamo-nos, que solução para estes horrores diarios?

Em busca de explicação para tanto absurdo, abro a Arte da Guerra de Sun Tzu, pois partilho daquela «corrente filosófica» que defende que podemos abrir um livro ao acaso e encontrar nele a solução ou a pista para a questão que nos atormenta, seja ela qual for.


na pagina 126 :

O que se chama o «caminho correcto» é o retorno aos principios fundamentais. «Rectidão» é a forma como os assuntos são conduzidos e o mérito obtido ...
Se a conduta não estiver de conformidade com o «caminho correcto» e o agir em desacordo com a «rectidão»,então, mesmo que a posição de alguem seja elevada e honrosa, a desgraça apossar-se-á dele.


Nada podia ser mais claro. Enquanto os EUA e o mundo Ocidental no geral continuar a ignorar ou a fingir que resolve o problema palestiniano e a perfilhar juizos de dois pesos e duas medidas para com os vários regimes politicos deste mundo, estaremos sempre numa posição elevada e honrosa perante a ignominia do terrorismo mas longe do caminho correcto, longe dos principios fundamentais.
posted by oubi  # 11/20/2003 10:38:00 da tarde

quarta-feira, novembro 19, 2003

A. Lobo Antunes: De certo por dever de obrigação para com os editores, e a proposito de lançamento de um novo livro, Lobo Antunes saiu da sua toca para mais um conjunto de entrevistas. Ao ouvi-lo invade-me sempre um desejo irreprímivel de desatar a escrever. Nunca fui grande leitor de Lobo Antunes, por certo por culpa minha, mas sempre fui um grande fã das suas entrevistas. Não conheço mais nenhum escritor, além de hemingway, que nos consiguisse transmitir tão bem esse prazer pelo acto de escrever, esse deleite masoquista de nos deixarmos prender pelo fascinio das palavras. Ao ouvi-lo, apetece deixar tudo, para viver a pão e àgua e de minhas palavras
posted by oubi  # 11/19/2003 09:32:00 da tarde

sábado, novembro 15, 2003

ESPANHA

Grande texto do Henrique Neto no Expresso desta semana, alertando para o que parece ser o facto consumado da subordinação irremediavel das nossas elites politicas a Espanha. Os meio de comunicação social, em especial a televisão, gastam horas a falar das minuências juridicas do caso da Casa Pia ou dos pobres jornalistas portugueses que foram atacados no Iraque, descurando a analise objectiva e o alerta para os riscos do que foi negociado na cimeira Iberica da Figueira da Foz e que terá sérias repercussões nas futuras gerações.

Sobre a Espanha e sua acção nas várias negociações com Portugal em questões como as Pescas, o TGV, a Banca, o mercado electrico ibérico, fazem-me lembrar aquele conselho de SUN TZU n´A Arte da Guerra

«Se a minha força for cinco vezes a do inimigo, assusto-o à frente, surpreendo-o na retaguarda, faço grande tumulto a leste e golpeio-o pelo oeste.»

Sempre tivemos muitos maus dirigentes, sempre mais preocupados com bem-estar da clique a que pertencem do que com os reais interesses da nação. Principalmente porque tendem a confundir os dois.
Bem patente no caso dos grupos bancários Sotto Mayor de Champallimaud e no BNC de Americo Amorim, cinco por cento de independência não é a mesma coisa que cem por cento de independência.
Bem patente das mais-valias realizadas por Belmiro ou Roquette no Totta a pretexto da evocação de patriotismo. Em Portugal sempre foi um bom negocio reclamar-se patriota para vender activos nacionais aos estrangeiros.
posted by oubi  # 11/15/2003 09:33:00 da tarde

sexta-feira, novembro 14, 2003

GNR no Iraque: E lá partiram os nosso pobres GNRs para o Iraque, depois de um prolongado anuncio para companhia aerea que os transportava, tal a insistencia com que as televisões filmavam o logotipo e os seus jornalistas a referiam. Por ironia a mesma que transporta os portugueses de férias para locais paradisiacos como o Brasil, as Antilhas ou as Maldivas.
Os argumentos são os mesmo de sempre. Vão por patriotismo. São mandados pelos altos interesse da nação.
No fundo parece-me que tudo não passou de uma troca. Damos o nosso amem insignificante, e a carne para canhão em troca de um centro de comando regional da NATO. De qualquer forma, a nossa identidade nacional foi contruida ao longo da história com base na subserviência à potencia Naval dominante em contraponto o centralisto iberico de castela. porque haveria agora de ser diferente? apenas me parece que andamos a baixar a fasquia, pois dantes metiamo-nos nas alhadas do outros para conserver o Imperio. tal como aconteceu na Primeira Grande Guerra, em que a nossa intervenção militar serviu o interesse confesso de conservar as colonias Africanas. Agora pelos vistos, apenas exigimos um centro de comando militar de segunda ordem, que essencialmente servirá para guardar as nossas aguas territoriais e um pedaço do atlantico, sob as ordens de alguem que fale ingês com sotaque yank.
mas enfim, são estes os sinais dos tempos, a alternativa era sermos uma Albania já que certamente não podemos ser uma Suiça por manifesta falta de talento.

Sempre que forem por gasolina no carro lembrem-se a quem o devem.

Politicas a parte, espero que todos regressem.

posted by oubi  # 11/14/2003 11:30:00 da tarde
urgente: Era já 22h00 quando me liga o Chefe para o meu telemovel, urgente, era ncessário que na proxima segunda-feira fosse alguem - está subentendido que espera que seja eu - para um cliente instalar um equipamento que ninguem na empresa jamais viu.
Noutros tempos, teria gritado O Quê?. mas a maturidade contudo trouxe a tranquilidade perante o absurdo. Convidam-nos para ir ao circo, e aceitamos, mesmo sabendo que vamos ser nós os palhaços.
Pouco importa qual venha a ser o desfecho de mais esta tragica-comedia que se adivinha. O ponto a vincar nesta historia é que esta infelizmente é a forma habitual de trabalho em portugal. desenrascanso atrás de desenrascanso, para safar a pele ou para safar alguem, e quanto mais se desenrasca mais enrascado se fica.

Depois estranhamos porque é a nossa produtividade tão baixa. Quando anda metade a trabalhar para outra metade, e mesmo a metade que trabalha anda constantemente a pagar fogos, em lugar de fazer as coisas com cabeça tronco e membros, dificilmente se pode ter bons indices de produtividade.

usando a giria futebolistica, andamos a correr com a bola, sem compreendermos como é mais facil e mais eficiente fazer antes «correr» a bola.

Cada povo tem o País que mereçe. Mais nada!





posted by oubi  # 11/14/2003 10:49:00 da tarde

quinta-feira, novembro 13, 2003

Um dia em Cantanhede em deslocação de trabalho. havia uma praça deserta , uma estatua equestre de um heroi da Restauração, um restaurante pachorrento, e uma mulher só sentada na outra mesa.
posted by oubi  # 11/13/2003 09:35:00 da tarde

segunda-feira, novembro 10, 2003

Os Óculos: depois de muita relutância da minha parte acabei hoje por comprar uns oculos. os antigos gritavam reforma.cansados, exaustos e velhos, cumpriam ainda a sua função de mostrar o triste espectaculo da vida. Ah, as coisas que vimos juntos! Apesar disso, sempre me deixaram ficar mal. Elas diziam sempre que ficava melhor sem eles. Talvez por isso fazia tanta questão em os trazer. Era de macho estar-me nas tintas para a opinião delas! Estranho como nos afeiçoamos tanto a umas lentes unidas por umas frágeis hastes metalicas. mas tinha chegado a sua hora. ameaçavam partir. e o musgo invadia já os seus reconditos. parecia que levava a Estufa Fria na cana do nariz.
comprei uns óculos. não para ver melhor o mundo. mas para que o mundo me veja melhor a mim.

Dom Nov 09, 06:05:16 PM
«É uma prisão para aqueles que ficam para trás... para aqueles que julgam ter o direito de errar»

O Espião que veio do Frio, John Le Carré

Terá sido o primeiro grande sucesso mundial de Le Carre, não a primeira obra, e o que lhe permitiu devotar-se à escrita a tempo inteiro.
Narra a historia de um chefe operacional de uma rede espiões em Berlim, Alec Leamas, que vê a sua rede aniquilada por um espião implacavel da Alemanha de Leste, Mundt, em progressão de carreira acelerada, na exacta proporção dos assassinios que comete. A historia é a possibilidade de vingança que os serviços ofereçem a Leamas numa operação ultra-secreta e de resultados incertos.

Tendo lido alguns dos livros mais recentes de Le Carre, facilmente descortinamos nesta historia o esqueleto do que viria a escrever mais tarde. Digo esqueleto intencionalmente, pois trata-se de uma escrita descarnada, sem dar aos leitores as reflexões morais dos personagem, senão já no final do livro. são personagens mais opacos, mas não menos crediveis, dos que iremos encontrar em obras posteriores. Nota-se uma maior preocupação pelo enredo, ou pelo menos esse facto é mais visivel, o que torna o leitor mais sensivel a indicios de mudanças, como sempre acontece em obras puramente policiais. Se é que alguma obra , seja ela qual for, é puramente de algum género.

É no fundo uma historia sobre a eterna questão que rege os Estados, dos meios que justificam os fins, e em que o sacrificio dos inocentes é necessário para salvar as massas, para que todos nós possamos dormir de consciência tranquila a noite, alheios à guerra suja que sustenta as nossas comodidades. Ou parafraseando Estaline, numa citação do livro, meio milhão de seres aniquilados é umas estatistica, uma acidente é uma tragédia nacional.

Ah, George Smiley aparecem como personagem, como uma especie de eminência parda por detrás do pano...

Sáb Nov 08, 09:40:21 PM
Prometi a mim mesmo escrever umas palavras sobre o livro que acabei agora de ler.
O Espião Perfeito, John Le Carre.

Um homem com duas mulheres perde a alma. Mas um homem com duas casas perde a cabeça.
proverbio citado no livro.

Talvez o que mais me apaixona nesta historia, além o seu cunho de grande autenticidade, dado tratar-se do mais vincadamente auto-biografico dos quantos escreveu Le Carre, seja o facto de encerrar em si mesmo o paradigma (desculpem o palavrão) de uma historia judaica-cristã. um homem que vive aparentemente numa integração perfeita com a maquina social que o acolheu (no caso, o mundo da espionagem) mas no intimo vive dilacerado por uma divida de gratidão a uma causa cujo o maior merito é a possibilidade de trair essa sociedade que o aplaude e o move por uma trela invisivel.
quantos de nós não teremos sentido o mesmo? vivemos na cidade e ansiamos o campo. usufruimos do conforto da europa mas a alma está em africa. queremos estudar medicina mas vamos para engenharia.
Casamos com uma mulher mas amamos outra. odiamos o patrão mas desejamo-lhe bons-dias.
parece ser uma permissa antropologica que um individuo para viver em sociedade tenha forçosamente de submeter os seus anseios à vontade contraria dos outros. nesta negociação poucos são os que não saem a perder. e mesmo os poucos que o conseguem no fim têm sempre uma factura a pagar.

porque razão muitos escritores parecem sentir como uma missão escrever uma obra auto-biografica? não será o alivio procurado nessa confissão uma forma de traição?

Mas creio que daria uma assunto suficientemente vasto para uma tese, a importancia da traição na sociedade humana, a forma como tem sido vista ao longo da historia.A propria historia de Cristo é uma historia de traições, de traição profetizada de Pedro, a traição da falta de fé de S. Tomé, a traição instigada de Judas, a traição de Deus que o abandonou, a traição de Cristo que por momentos duvidou.

Magnus Pym somos todos nós.


Sáb Nov 08, 04:24:38 PM
agora que me encontro no que vulgarmente se designa pelo meio da vida sinto-me ainda como um copo vazio

quando era criança tinha esta imagem romantica de que os homens aprendiam com a idade, que a sabedoria se adquiria pelo passar dos dias, tal como as simples gotas que vão formando os estalactites. burro como era, pensava que a sabedoria era inevitável.

sei agora que somos mais como as peneiras dos garimpeiros, deixamos passar tudo e apenas alguns encontram as suas pepitas.

Sáb Nov 08, 04:13:44 PM
A Riqueza das Nações de Adam Smith foi publicado em 1776, em que este, numa clara rotura com os economistas do seu tempo (se assim os podemos chamar) acreditava que o importante não era o valor acumulado de uma nação mas sim o valor criado durante um determinado periodo de tempo.
Creio que em grande medida ainda não ultrapassamos essa forma de olhar o mundo, essa forma bidimensional de encarar actividade humana. um dia tudo isso mudará, tal como na fisica, as leis simples darão lugar a variaveis de incerteza.
um homem que conta as espigas não saboreia o pão.


posted by oubi  # 11/10/2003 09:51:00 da tarde

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